quarta-feira, 20 de junho de 2012

PARTISTE.....


E Partiste....


Deixando-me morto,
Numa morte com vida
Para que eu viva morrendo
Para que eu morra sofrendo

Partiste....

Deixando-me numa morte lenta
Uma morte agonizante
Uma morte contagiante
Numa morte gritante

Partiste....

Sem ti fiquei
Por ti morri vivendo
Vivendo desejai ter-te
Para te ter, há que morrer

Marco Gomes*
*

quinta-feira, 26 de abril de 2012

CINDERELA

 Cinderela, minha bailarina
 Danças e cantas como uma andorinha
 Dona de modesta beleza feminina
 Penso no dia em que tu serás minha

 Vejo-te deslizar com esse vestido
 Tento te tocar mas não consigo
 Bailas com o vento e eu fico sentido
 Sento-me e choro porque não te tenho comigo

 És suave como a brisa
 És fruto do mais doce mel
 És tão bela e poetisa
 És de um encanto fiel

 Vendo-te ao longe tão perfeita
 Sigo meu caminho de solidão
 Cinderela minha estrela feita
  Levo-te no meu coração

 By Marco Gomes*

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

LUZ


Podes partir, sair da minha vida,
Levar contigo sorrisos, caricias, sabores,
Podes fazer secar os meus lábios, gelar os meus abraços,
Podes rasgar sentimentos, queimar lembranças,
Podes matar gestos, esquecer palavras,
Fingir que não vês e que não sentes,
Podes.... mas será que queres?
Não quero fingir que tu não exististe,
Podes ter saído da minha vida, e contigo levado mil e uma ilusões,
Mas a LUZ do teu olhar essa é eterna no filme dos meus olhos,
Um filme que foi a cores, mas que agora passará a ser a preto e branco,
Mas um filme que tela nenhuma, alguma vez vai apagar.
Porque tudo levaste,
Mas o brilho do teu olhar esse é perpétuo, como a saudade!


Condenado

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

MUSICA




Ouve... deixa-te ir ao som das notas musicais,
Dança, encanta, sorri e grita de felicidade,
Se passares por alguém na rua, faz notar a tua alegria,
Canta-lhe um pouco da musica que te vez levitar de contentamento,
Se ela não gostar não desanimes e canta para ti,
Canta com gosto, com garra e prazer,
Ouve a musica as vezes que forem necessárias para te sentires bem e feliz,
Se te gozarem, não ligues...é porque essa pessoa não sabe o quanto é bom gostar de MUSICA!


Condenado

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

QUANDO A VIDA BRINCA COM AS VIDAS


Hoje sinto a tua falta....
Estou naqueles dias em que as memórias nossas não me chegam.
Estou num dia em que só olhar para uma foto tua me sabe a muito pouco.
Estou naquele dia em que apetece-me tocar a tua pele, sentir o aroma do teu corpo tomar conta do meu olfacto.
Apetece-me abraçar-te, passar com as minhas mão nos teus cabelos, senti-los fugir por entre os meus dedos, olhar-te nos olhos fixamente e ver neles a imensidão do teu amor.
Onde tas tu?
Onde te meteste?
Deixa-te de brincar as escondidas e vem brincar comigo...
Hoje aqui estou, não brinco, não te sinto nem te oiço.
Hoje vivo preso a um passado que me é presente, um presente que passará a futuro.
Sim parei no tempo, parei no preciso momento em que pela ultima vez senti a tua mão na minha.
Hoje sou uma triste figura do que fui, hoje sou um corpo vazio, um poço sem fundo.
Hoje só me resta tentar te encontrar em pequenas coisas, é nelas que sacio a fome do meu corpo, só assim para me arrastar por entre ruas e quatro paredes. Nem sei se arrastar é a palavra certa....
Sabes, odeio a ideia de ainda estar lúcido e em plenas faculdades mentais, daria o resto da minha vida por um dia, uma hora de pura insanidade, desde que essa insanidade me levasse até ti, desde que te pudesse tocar e ouvir a tua voz, desde que eu te pudesse dizer que vivo porque ainda te amo mesmo não estando perto de ti.
Triste sina a minha, perco-te e ainda tenho que viver a saber isso.
Não brinques mais, aparece.... faz-me acreditar que estás por ai perdida à espera que te encontre, que vais aparecer com um enorme sorriso a minha frente, e mostrar-me que tudo isto foi apenas pesadelo...
Aparece...
As horas passam e vejo que tu não apareceste, vejo que não tenho como fugir a esta mordaça em que se tornou a minha realidade sem ti.
Não tem graça brincar aos mundos dos vivos sem ti meu amor, não me dá prazer aqui continuar...
Espera por mim, vou ao teu encontro e brincar agora onde tu brincas sem mim....

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

UM BEIJO


Desejo, esta é a palavra certa para o que eu mais queria agora... um Beijo teu.
Anseio sistematicamente pelo toque dos teus lábios, um toque divino, aveludado, quente e molhado.
É duro olhar-te, ver o movimento dos teus lábios e ter que ficar imóvel, ter que controlar este instinto animal, que seria agarrar-te e encostar minha boca na tua, beber dessa fonte que é a tua boca,tirar-te a respiração o mostrar todo o meu amor com um beijo, mas fico parado e limito-me a que só os meus olhos tenham o prazer de saborear esse doce pecado.
Pensar que já tantos te tocaram, tantos tiveram a graça de se refrescaram em tua boca, faz-me ficar louco de ciumes, imagino outros lábios nos teus, outra língua a acariciar a tua e o meu estômago começa logo a borbulhar. São pensamentos cruéis que me atormentam, pois mesmo que tenham sido antes de mim, já te provaram e sabem como é bom beijar-te.
Quantas vezes desejo passar a minha língua pelo teus lábios, ir de um canto ao outro deles e sentir a suavidade da tua pele, poder encostar a minha boca na tua e sentir o calor de um beijo teu, duas bocas unidas num só beijo e duas línguas entrelaçadas em uma só boca.
Perco-me nesse momento e deixo-me levar por ti, perco todas as minhas forças, falta-me a respiração e enquanto te beijo é como se vive-se um sonho, é como que o mundo pará-se para nos ver beijar, tudo muda com um simples trocar de lábios.
Um beijo é tudo o que te peço, um beijo eterno e prolongado, um beijo que me mate, pois não haverá melhor morte que morrer em teus lábios.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

ESPLANADA


Fim de tarde, e mais uma vez aqui me encontro nesta esplanada de frente para o mar. Poderia ser mais um fim de tarde como tantos outros mas hoje é diferente.
Antes de me sentar fico parado de livro na mão a ver o mar revolto ou não fosse hoje dia 15 de Dezembro, não é por ser o dia, mas pelo mês em questão, todos sabemos que o mar de inverno fica diferente é como se tivesse dupla personalidade...
Aqui sentado de frente para o mar, de livro na mesa e chávena de café na mão olho as pessoas em volta que por ali passam e tento imaginar um pouco das suas vidas.
Hoje dou-me a reparar numa senhora de meia idade, e fico a pensar qual será a sua história de vida, o que a levou até aqui hoje, será que tem filhos, netos, será solteira, viúva....
Não sei se serei o único a ter este tipo de pensamentos, mas gosto de pensar que não, ou iria-me sentir um extraterrestre. Mas voltando a senhora de meia idade, deixem-me que a descreva pois acho que merece ser imaginada com alguns detalhes, estatura media, um pouco gordinha, cabelo grisalho, roupa escura como qualquer outra senhora dessa idade e com um pequeno cão pela mão, voltada para o mar a ver a espuma das ondas em quanto o animal tenta desalmadamente prosseguir a caminhada.
Resta saber o que pensa enquanto observa o horizonte, uma história de vida que pelos meus olhos passou, se a voltarei a ver não sei, mas que me meteu a pensar, isso meteu.
Com tudo isto o fraco sol que se apresenta por estes dias já se foi deitar, isto se ele alguma vez hoje chegou a se levantar, e eu nem reparei. Pego no meu café que por esta hora está como o tempo frio, mas quem me manda perder-me com a vida alheia?!
Não era justo sair desta esplanada sem sequer ler uma única estrofe de um poema, aqui deixo a que li para que possa ser lida com o mesmo sabor e intensidade com que os meus olhos passaram por ela.

Beira-Mar
Mitológica luz da beira-mar
A maré alta sete vezes cresce
Sete vezes cresce o seu inchar
E a métrica de um verso a determina
Crianças brincam nas ondas pequeninas
E com elas em brandíssimo espraiar
Em volutas e crinas brinca o mar

Outubro de 1997 Sophia de Mello Breyner Andresen