quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

UM BEIJO


Desejo, esta é a palavra certa para o que eu mais queria agora... um Beijo teu.
Anseio sistematicamente pelo toque dos teus lábios, um toque divino, aveludado, quente e molhado.
É duro olhar-te, ver o movimento dos teus lábios e ter que ficar imóvel, ter que controlar este instinto animal, que seria agarrar-te e encostar minha boca na tua, beber dessa fonte que é a tua boca,tirar-te a respiração o mostrar todo o meu amor com um beijo, mas fico parado e limito-me a que só os meus olhos tenham o prazer de saborear esse doce pecado.
Pensar que já tantos te tocaram, tantos tiveram a graça de se refrescaram em tua boca, faz-me ficar louco de ciumes, imagino outros lábios nos teus, outra língua a acariciar a tua e o meu estômago começa logo a borbulhar. São pensamentos cruéis que me atormentam, pois mesmo que tenham sido antes de mim, já te provaram e sabem como é bom beijar-te.
Quantas vezes desejo passar a minha língua pelo teus lábios, ir de um canto ao outro deles e sentir a suavidade da tua pele, poder encostar a minha boca na tua e sentir o calor de um beijo teu, duas bocas unidas num só beijo e duas línguas entrelaçadas em uma só boca.
Perco-me nesse momento e deixo-me levar por ti, perco todas as minhas forças, falta-me a respiração e enquanto te beijo é como se vive-se um sonho, é como que o mundo pará-se para nos ver beijar, tudo muda com um simples trocar de lábios.
Um beijo é tudo o que te peço, um beijo eterno e prolongado, um beijo que me mate, pois não haverá melhor morte que morrer em teus lábios.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

ESPLANADA


Fim de tarde, e mais uma vez aqui me encontro nesta esplanada de frente para o mar. Poderia ser mais um fim de tarde como tantos outros mas hoje é diferente.
Antes de me sentar fico parado de livro na mão a ver o mar revolto ou não fosse hoje dia 15 de Dezembro, não é por ser o dia, mas pelo mês em questão, todos sabemos que o mar de inverno fica diferente é como se tivesse dupla personalidade...
Aqui sentado de frente para o mar, de livro na mesa e chávena de café na mão olho as pessoas em volta que por ali passam e tento imaginar um pouco das suas vidas.
Hoje dou-me a reparar numa senhora de meia idade, e fico a pensar qual será a sua história de vida, o que a levou até aqui hoje, será que tem filhos, netos, será solteira, viúva....
Não sei se serei o único a ter este tipo de pensamentos, mas gosto de pensar que não, ou iria-me sentir um extraterrestre. Mas voltando a senhora de meia idade, deixem-me que a descreva pois acho que merece ser imaginada com alguns detalhes, estatura media, um pouco gordinha, cabelo grisalho, roupa escura como qualquer outra senhora dessa idade e com um pequeno cão pela mão, voltada para o mar a ver a espuma das ondas em quanto o animal tenta desalmadamente prosseguir a caminhada.
Resta saber o que pensa enquanto observa o horizonte, uma história de vida que pelos meus olhos passou, se a voltarei a ver não sei, mas que me meteu a pensar, isso meteu.
Com tudo isto o fraco sol que se apresenta por estes dias já se foi deitar, isto se ele alguma vez hoje chegou a se levantar, e eu nem reparei. Pego no meu café que por esta hora está como o tempo frio, mas quem me manda perder-me com a vida alheia?!
Não era justo sair desta esplanada sem sequer ler uma única estrofe de um poema, aqui deixo a que li para que possa ser lida com o mesmo sabor e intensidade com que os meus olhos passaram por ela.

Beira-Mar
Mitológica luz da beira-mar
A maré alta sete vezes cresce
Sete vezes cresce o seu inchar
E a métrica de um verso a determina
Crianças brincam nas ondas pequeninas
E com elas em brandíssimo espraiar
Em volutas e crinas brinca o mar

Outubro de 1997 Sophia de Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

NO TOPO DA ESCADARIA


Hoje acordei com uma sensação estranha.
Sinto-me pequeno e indefeso, como uma criança de dois anos, incapaz de me proteger a mim mesmo.
Vejo-te no cimo de uma longa escadaria a olhar para mim, eu desejoso de estar contigo, debato-me contra os degraus, que como um precipício me separa de ti.
Choro de raiva, de revolta, a muito esforço subo os primeiros degraus, olho para cima e vejo-te ainda longe, a olhar para baixo imóvel, um olhar de desprezo, gélido para quem anseia poder estar nos teus braços como uma criança nos braços da sua progenitora.
Há medida que debato-me para te alcançar, muita coisa me passa pela cabeça, principalmente o sentimento de impotência , é uma barreira muito grande que me separa de ti, varias vezes penso em desistir, mas para estar ao teu lado vou encontrando forças onde pensava que não existissem.
Não é fácil para mim passar para a outra margem, imagina-te numa ponte de madeira sobre um rio, uma ponte velha já sem algumas tábuas, e que tu tens que a passar, verias que não é nada fácil olhar para baixo e ver só água, é como me sinto a subir esta montanha interminável.
O que não me deixa desistir são as recordações que tenho contigo, o teu olhar doce e meigo, o teu sorriso que sacia a fome dos meus olhos, os teus braços que desejo tocar nem que seja por meros segundos para depois falecer neles, são estas lembranças que ainda me fazem arrastar neste calvário.
Sinto-me fraco, já mais de meios degraus estão percorridos, estas tão perto, mas longe ainda, estas como que um ser inanimado, eu com os olhos rasgados de água olho-te na esperança que me venhas socorrer, mas ali permaneces no topo da colina.
Olho para trás e só consigo pensar que se chegai ate aqui conseguirei ir ate ao fim, a minha cabeça assim diz, mas o meu corpo não obedece-lhe, arrasto-me para subir mais um degrau mas não consigo mais, dei tudo de mim para poder te alcançar, mas não foi suficiente, estou derrotado, fracassei, não tenho coragem de olhar para cima, não quero ver como me olhas, não quero ver o que pensas de mim agora que falta pouco mais que uma dúzia de degraus.
Agora percebo o choro de uma criança quando sente a falta da sua mãe, sinto-me igual aqui parado, só consigo chorar por não ter conseguido chegar a minha meta que eras tu, choro baixinho para que não tenhas pena de quem tudo fez e desejou para estar contigo.
O tempo parou, já não sei se aqui estou a minutos ou horas, mas aqui permaneço, quase inconsciente, até que.... uma mão quente me toca e puxa para si, uma ultima lágrima minha cai, mas quando levanto a cabeça vejo que és tu, abraças-me forte e carregas-me em teu colo.
As palavras faltam-me mas o teu beijo diz tudo.

Nunca desistirei de ti, lutarei até que o ultimo pingo de sangue seque em meu corpo, se perder e batalha e não vieres ter comigo, morro derrotado, mas feliz por ter conhecido ao teu lado o doce significado da palavra AMAR!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

SONHAR


Sonha porque tas vivo,
Sonha porque faz bem,
Sonha porque sonhar liberta a alma.
Sonha enquanto poderes, sonha em qualquer idade, em qualquer hora, em qualquer altura.
Sonha de olhos abertos, com eles fechados, em pé, sentado ou deitado.
Sonha de noite, vive os sonhos da melhor forma, tira proveito deles, mergulha se poderes até ao mais profundo dessa imaginação.
Sê feliz por breves segundos, parecem horas, dias, mas acabam assim como começaram, quando acordares recorda-os com um doce sorriso e pensa que foi bom enquanto durou.
Se for possível sonha acordado, olha para tudo e imagina ao teu jeito, és tu que mandas no teu pensamento, transforma o impossível em possível e deixa que os teus olhos gritem vitória através do brilho do teu olhar.
Sonha, simplesmente porque faz bem fugir um pouco do mundo onde vives, sonha para te sentires capaz de viver mais um dia.
Sonha porque nos sonhos tudo é possível!!!!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

VIVER NA SOMBRA DA MORTE


Hoje faço-te um pedido....

Quando eu morrer não chores a minha morte!
Nesse dia pensa que estou apenas a dormir um sono profundo e duradoiro.
Um sono em que estou a sonhar contigo, a recordar todos os segundos passados ao teu lado, cada caricia trocada contigo, cada beijo dado e saboreado.
Não chores a minha perda, os momentos que passamos juntos, esses já ninguém te os tira.
Não estarei contigo fisicamente, mas estou contigo nos teus lábios, nas tuas mãos, estou contigo no teu olhar, nele morro e volto a renascer todos os dias, estarei contigo no perfume do teu corpo, um perfume que já não sai da tua pele.
Claro que já não me vais poder ver, pelo menos não a tua frente, não sentiras mais o toque dos meus dedos no teu rosto, pelo menos não como estás habituada a sentir todos os dias antes de te olhar e dizer "AMO-TE".
Mas estarei no oculto, sim quando o vento te tocar, serei eu que passo as minhas mãos pelas tuas faces e te volto a acariciar, irás perceber que sou eu, quando o sol te bater na cara, serei eu que te estou a beijar, quando um pássaro cantar perto dos teus ouvidos, serei eu que estou a dizer que te amo.
Quando eu morrer não te sintas só, faz uma viagem de regresso ao passado, um passado em que foste feliz ao meu lado, um passado que vai merecer ser revivido por ti porque as memorias vão trazer-te recordações, cheiros, sons e sabores que estão guardados na tua mente e no teu coração.
Quando eu morrer deixa que eu morra sozinho tu terás muito tempo para vir ao meu encontro, não te mates lentamente, não tenhas pressa de vir ter comigo, pois teremos a eternidade toda para voltarmos a estar juntos.
Vive a tua vida, não te peço que me esqueças, até porque não o quero, mas tenta realizar alguns dos teus sonhos, e sempre que o conseguires, sorri para a vida e pensa que estarei a sorrir contigo, estarei alegre por ver como estás bem mesmo sem mim presente nessa nova vitoria da tua vida, não me verás, mas eu estarei a festejar contigo.
Eu serei o teu anjo da guarda, poderás falar-me todas as noites, não deixarei que nenhum mal se aproxime de ti, estarás sempre envolvida nos meus braços, poderás pensar que não te protegi contra isto ou aquilo, mas o mau poderia ser pior se não te agarrasse todos os dias, acho que com o tempo vais perceber a minha presença cada vez mais forte.
Se um dia por um segundo que seja me vires a tua frente, peço-te não tenhas medo, aproveita ao máximo esse segundo, serei a imagem da força do teu desejo de estar comigo, olha-me e vê como estou a tua espera. Se depois chorares, que essas lágrimas sejam de alegria e que o teu coração se aqueça com o calor da minha breve presença.
Quando fores velhinha, que serás uma velhinha linda, não tenhas medo de adormecer, sentiras que será a tua última noite nesta caminhada que é a vida, pensa que muitos te recordaram como me recordaste, e que ganharas uma nova vida, nessa noite virei buscar-te, verás como os anos afinal foram meras horas sem mim, enfim estaremos de novo juntos, corpo com corpo, alma com alma.
Irei mostrar-te as breves mas longas horas que viveste sem mim, irás ver nesta breve história da tua vida que sempre, sempre estive contigo.
Por fim as nossas bocas se tocaram novamente, e os nossos corpos mataram saudades um do outro, porque ninguém diga que um amor forte e verdadeiro não supera até a morte.


Devia ter sido assim, mas foste tu primeiro e tudo o que esperava que tu fizesses não fui capaz de fazer, mas numa coisa acredito, um dia vou perceber que afinal estes anos foram breves horas sem ti e acreditarei que na morte também pode haver vida...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A ESTRADA QUE ME LEVA AO TEU OLHAR


Caminhar na estrada do teu olhar, não é fácil.
Uma estrada tumultuosa onde caio mas levanto-me logo depois com a ânsia de chegar ao colo do teu olhar.
Caminho sem descanso, com persistência, na esperança de te poder alcançar.
Vem a chuva, vem o vento tudo para me fazer parar nesta caminhada em direcção a ti, mas as minhas pernas por mais que estremeçam não desistem de andar.
O meu coração acelera mais por cada passo dado, por cada quilometro percorrido, pois sente a tua presença cada vez mais perto.
Um perto que se faz longe, pois por mais passos que dê, nunca te alcanço, nunca te toco, nunca adormeço no teu olhar.
Uma estrada fria e desesperante, uma estrada interminável, uma estrada que eu sei que não tem fim, uma estrada que me vai levar a morrer de cansaço...
Caminho por ti, não desisto, tudo para poder olhar nos olhos, se tiver que morrer, morro sobre o teu olhar e talvez assim possa finalmente descansar em paz ao teu lado.
Caminho dia e noite porque quem ama não desiste do seu amor.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

CARTA


Querido Pai!

Sabes que ainda sou pequena e que não sei escrever uma carta como uma pessoa grande, mas a professora insiste que temos que escrever uma para o dia do Pai para te dar, desculpa se não ficar muito boa.
Quero te dizer que és o melhor pai do mundo, que gosto muito de ti.
Gosto quando vamos passear, quando me levas ao parque nas tuas cavalitas e depois brincas comigo no baloiço, fico sempre muito feliz por poder andar assim contigo, e por ver que és dos poucos pais que vão com os filhos ao parque, fico sempre muito contente.
Gosto quando vemos os desenhos animados juntos, tu fazes sempre umas caretas estranhas para me fazer rir e fazes-me muitas cócegas.
Lembro-me da noite em que foste apanhar pirilampos comigo, em que eu cai para cima de umas ervas que picavam e comecei a chorar, tu largaste tudo e vieste ao meu encontro, pegaste em mim ao colo e deste-me muitos beijinhos até eu ficar mais calma, nessa noite depois disseste a mãe que dormias comigo, e adormecemos abraçados um ao outro. Gosto muito quando dormimos juntos, apesar de tu dizeres que tenho que dormir sozinha.
Gosto quando tentas contar historias a noite antes de eu adormecer, não tens jeito nenhum, mas eu insisto sempre porque farto-me de rir com as coisas que inventas, nem a mãe conta histórias tão mal, mas eu gosto pai!
Obrigado por me mostrares que sou uma menina com muita sorte por ter os meus dois pais comigo, ter comida na mesa e alguns brinquedos, sei que existem meninos que não têm estas coisas, prometo que pelo Natal vou dar alguns brinquedos aos meninos que não tem com o que brincar, és tu que me ensinas como é o mundo aos olhos de uma criança.
Pai tanta coisa tinha para te dizer, mas uma vez ouvi já não sei bem onde, que muitas vezes uma imagem valem mais de 1000 palavras, por isso basta tu olhares para os meus olhinhos para veres como eles brilham sempre que me abraças quando vens do teu trabalho, são tão bons os teus abraços!
Olha não sei como acabam as cartas, por isso termino a minha para ti dizendo que amo-te muito e que gosto muito muito de ti.

Muitos beijinhos da tua princesinha :)




O pai também gosta muito de ti e tem muitas saudades tuas filha. Um dia estaremos de novo juntos a vou voltar a ver o brilho dos teus olhos e vou abraçar-te como fazia todos os dias.
Estás sempre comigo minha linda. Beijos com muita saudade deste pai que nunca te esquece.

domingo, 28 de agosto de 2011

NAS MARGENS DO RIO LIMA


Um rio de saudade, de ternura, de amor e beleza, é isso que os meus olhos vêem nesta foto.
Ao olhá-la recordo como se fosse hoje, cada cena nossa nas margens deste lugar mágico. Uma magia só possível porque estavas lá, ao meu lado, a ver o mesmo que eu via, a sentir o mesmo que eu sentia e só assim poderia ser porque eramos um só corpo, um só coração e uma só alma.
Deixo-me levar pela saudade e por magia teletransporto-me para o dia em que, por breves mas longos momentos, fomos felizes.
Aqui estamos a atravessar esta ponte, pela primeira vez juntos, lado a lado, a caminhar no meio de uma imensa multidão, mas para mim eramos só eu e tu a admirar a beleza destas águas, testemunhas silenciosas do nosso amor.
O mundo tinha acabado nesse dia para mim, todo ele deixou de existir. Era apenas a tua imagem que os meus olhos viam espelhada nestas águas, uma imagem bela, tão bela que a própria corrente tentava levar consigo, uma luta constante mas desde logo perdida.
Quatro pegadas nesta margem mas duas só apenas, duas mãos soltas mas umas só juntas. Assim foi, na noite de verão em que passeámos juntos depois do jantar, um passeio por entre as copas altas e robustas das árvores, que protegiam o nosso passo lento, sem pressa de chegar onde quer que fosse.
Sentados num dos bancos do "passeio dos apaixonados" olhámos a luz da noite a banhar-se na água, sentados de costas para o que se passava atrás de nós, unimos as nossas mãos e no silêncio de cada um fizemos juras de amor, na esperança de sermos abençoados pela água que timidamente corria naquele rio.
Agora aqui estou sozinho, sentado no banco desta linda paisagem, mas sem a tua presença, sem o teu toque e sem o teu cheiro.
Condenado é o que sou, a viver sem ti fisicamente, mas a viver para ti e por ti.
Deixa-me que te conte um segredo, o rio Lima apaixonou-se por ti e desesperado por não conseguir arrastar a tua imagem suplicou-me que te deixasse partir com ele, ao que respondi que era impossível, porque eras minha e que era inútil lutar por ti. Não me esqueço o que ele me disse: - "Guarda bem essa mulher, é um tesouro dado por Deus a ti. Fecha-a a sete chaves porque um dia vem a vento e leva-a e tu aí nada podes fazer contra Ele." Eu sorri vitorioso por te ter ao meu lado.
Hoje nas margens deste rio sento-me a choro e é ele que se ri de mim.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

NUVEM

Mais uma nuvem que passa, tudo passa nesta vida de dois ou três dias. A vida passa a correr em frente dos nossos olhos e, muitas vezes, nem se dá por isso.
Engraçado pensar nisto, recordo-me do tempo em que era criança, em que não tinha preocupações com trabalho e contas para pagar.......bom tempo!
Quando era novo só queria ser adulto, pensava que era só vantagens, a famosa independência, os copos com os amigos e as festas até altas horas da noite, agora dava tudo para voltar a ser pequeno e não ter passado por tudo o que passei, por todas as tristezas e amarguras que vivo e vivi.
Agora que olho para trás, vejo um menino que tinha a mania de se deitar nas ervas e olhar as nuvens passar, um menino que se perdia nos formatos que os seus olhos viam, era animais, objectos e, por vezes, coisas sem sentido. Eu fazia questão de inventar qualquer coisa, bastava puxar pela cabeça.
Hoje olho e só vejo o azul e nuvens, nada mais que isso, algumas brancas outras um pouco mais escuras mas, nuvens simplesmente. Os meus olhos perderam o encanto de outros tempos, o brilho que eu via reflectido no espelho desapareceu, com as nuvens que se somem no horizonte.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

LEMBRO-ME....



Lembro-me de como gostavas desta canção, de como a cantarolavas.
Lembro-me de como pedias à mãe para a cantar antes de adormeceres, de como os teus lábios doces se moviam para a acompanhar.
Lembro-me dos teus olhinhos a esforçarem-se para não se fecharem, como eras teimosa para dormir.
Lembro-me de como gozavas comigo quando era eu a cantá-la, dizias que eu cantava muito mal, mas dizias isso com um sorriso lindo e meigo que me deixava com os olhos a brilhar, porque sabia que te estava a alegrar.
Lembras um dia em que vi este filme duas vezes seguidas contigo e como dormi na segunda vez?Foste a correr dizer à mãe que eu tinha roncado o filme todo, não me esqueço de como a mãe e tu andaram o resto do dia a dizer que eu era um bacorinho por ter ressonado um pouco.
Lembro-me...
Lembro-me do dia em que cheguei a casa e te vi ao colo da mãe a dançar esta canção, como estavam lindas as minhas duas princezinhas, pareciam saídas de um conto de fadas.
Tenho tantas saudades tuas..... vossas.....
Tenho tantas saudades da mais bela flor do meu jardim! Hoje abro a porta do teu quarto vejo tudo igual, menos tu filha.
Hoje fecho a porta e choro de desespero, raiva e saudades, por não te poder abraçar, beijar e cantar esta canção, hoje choro porque vejo-me Condenado a não vos ter perto de mim.
Agora digo-te de todo o coração :" Eu não sei se vais ouvir-me, estás ai ou não, eu não sei se compreendes esta oração...." Amo-te pequenina, amo-vos e nunca vos esqueço, porque um Condenado já mais esquece quem ama, mesmo que tenha que sofrer.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ainda Noite


Ouviste ou sentiste a minha presença.
Estive deitada ao teu lado, como tantas vezes, antes de...
Abraçava-te e ficava a ver-te dormir. Tantas vezes fiz isto que é como uma segunda natureza acompanhar o teu corpo com o meu, na cama. Abraçar-te e repousar a minha mão no teu peito.
Agora a minha mão perde-se no vazio, atravessa-te livremente e tu sentes um arrepio, uma friagem que daquele ponto emana ao resto do teu corpo. Foi isto que sentiste?

Estou cada vez mais ténue, mais diáfana, vou desaparecendo, eu sei. Um dia vou desvanecer-me de vez e nem vou perceber. Deixarei de pensar, deixarei de falar, deixarei de sentir... no dia em que me esqueceres.
Às vezes creio que seria melhor... esquecer. Devias ter uma outra vida, não ficar preso a memórias. Sinto que assombro a tua existência, alimento o teu amor e amando-me, tu alimentas o meu exílio neste limbo. Será isto o meu purgatório? Se é o meu, é o teu também, porque deves sofrer igualmente esta solidão.

Quando voltaste a adormecer, passados aqueles instantes em que abriste os olhos e ficaste quieto a fitar o tecto do quarto, eu acariciei-te o rosto sem te tocar. Quando os meus dedos se aproximaram da tua pele surgiu um halo, uma réstea de luz e depois, tu sorriste.
Só à noite estes mistérios podiam acontecer, só à noite eu surjo, porque só a noite proporciona o contraste de que o meu espírito necessita para existir. Foi de noite que fomos mais felizes!

Uma noite destas, quando o meu amor por ti for intolerável, vou deitar-me ao teu lado e unir-me a ti até este pó impalpável, difuso, de que sou feita, se confundir em ti. Assim, terei a certeza de que nunca mais te vou abandonar e tu serás um só novamente.

A ETERNA NOIVA DA NATUREZA


Estou a janela e deparo-me a olhar uma árvore que já aqui existe há tantos anos e que quase nunca mereceu o meu olhar carinhoso e afectuoso, agora dou comigo a pensar que todos os dias ela acompanhou o meu crescimento e me deu muitas alegrias sem eu perceber.
Uma eterna noiva, veste-se de branco todos os anos pela mesma altura, uma noiva feliz que brilha aos olhos de todos, com um vestido que encanta quem para ela olha.
Uma mãe acolhedora, abriga os pássaros, as suas crias, uma maternidade natural e pura feita pela natureza, uma escola de vida para quem nela nasce e tem que dar os primeiros passos ou bater de asas num mundo cheio de perigos e ameaças.
Protectora, todos nós uma vez na vida esteve em baixo de uma árvore a falar sozinho ou a pensar na vida, abrigados por uma copa majestosa abundante em sombra e frescura num dia quente de verão.
Amiga das horas de solidão, das horas de angustia e dor, aconchegados pelos seus braços choramos, remoemos e tentamos esquecer algo ou alguém.
Minha cúmplice agora que sozinho fiquei.
Uma testemunha constante do meu amor por ti, do nosso amor, uma testemunha do meu sofrimento, do meu sentimento de perda. Uma testemunha das lágrimas que choro por ti.
Árvore é o nome dela, deste pulmão da natureza, que tanto nos dá e que não pede nada em troca.
Uma noiva que merece ser feliz e que faz os outros felizes.
E tu? Já fizeste alguém feliz hoje?!

terça-feira, 26 de julho de 2011

NOITE


É tarde!
É muito tarde!
Enquanto dormia tive a sensação de te ouvir, mas ao acordar, olho em volta, vejo que foi um sonho, ou um pesadelo.
Está uma noite linda, calma e serena, ideal para passear, era o que faria se não fosse tão tarde. Deambularia pelas ruas vazias e imaginaria o que se estaria a passar entre quatro paredes de tantas casas, com luzes apagadas. Céus! coisas terríveis poderia observar, mas coisas belas também, como o dormir de uma criança... e como eu gostava de velar o sono da nossa....
As noites são lindas, é um outro mundo quando o sol desaparece no horizonte, os grilos cantam, os mochos dão o ar da sua graça, os ratos passeiam livremente e os pirilampos abrilhantam o escuro das horas tardias.
Nas noites, os medos ganham força, o desespero apodera-se do ser humano, os pesadelos tornam-se reais por momentos.
É tarde. Hoje não existem estrelas para contar, só a lua majestosa em seu trono, uma rainha caprichosa que só aparece quando quer e como quer, será envergonhada?!
Vou voltar a meter a minha cabeça na almofada, mais uma vez tudo não passa de uma triste ilusão.
Digo-te como se aqui estivesses: "Boa noite, até amanhã!"

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Permanência


Tens escrito palavras tão bonitas. Sei que sentiste cada uma delas dentro de ti.

Quero dizer que nunca te deixei, nunca me fui embora... quero dizer-te que permaneço contigo.

A permanência é um estado especial, não tem princípio nem fim, apenas existe, é. E eu permaneço em ti, existo em ti, ainda, hoje e isso deixa-me muito feliz.

Já não se trata de amor ou de paixão. Transcendeu esses sentimentos. Existo em ti e sempre irei existir, até expirares o teu último ar e passares à dimensão imaterial. Então, estarei à tua espera e sobretudo aí, seremos um, como antes nunca fomos.

Gosto da maneira como invocas as memórias de nós. Senti de novo o cheiro do gel de banho, senti o teu cheiro quando nos abraçávamos e, quase diria, que senti quando nos uniamos.

É bom fazer amor contigo, na banheira, na cama, à beira do lago, em todos os sítios em que fizémos amor.

Velo por ti, olho por ti todos os dias, sim, tento proteger-te. É isso a minha permanência na tua vida. Uma sombra que segue os passos da tua sombra, nos caminhos da memória, no teu pensamento.

És tão carinhoso, foste sempre tão carinhoso comigo e, ao mesmo tempo, tão viril. Saudades, saudades do teu corpo - por vezes ainda sinto a intensidade do teu abraço.

Amor é uma palavra fácil de dizer mas, difícil de viver, principalmente quando à vontade se opõe a distância.

Luto todos os dias pela tua memória. Assim, asseguro-me que não estou condenada ao esquecimento.

Da mesma forma que um dia te disse que estava à tua espera, digo-te aqui que nunca te vou deixar.

Estou no Lago. Vem ter comigo.




quarta-feira, 20 de julho de 2011

O LAGO


Lugar de sonhos, onde um olhar se perde no infinito da água.
Lugar de beleza simples como só a natureza consegue mostrar.
Lugar onde o nosso pensamento voa, onde se pensa na vida.
Lugar onde os sons são inconfundíveis, onde a natureza canta, onde o nosso olhar se encanta.
LAGO, um encanto no Verão, onde os raios de sol brilham nas límpidas águas, uma beleza invulgar no Outono, quando as folhas secas e amareladas flutuam, como se canoas fossem.
No LAGO podes namorar, namoriscar, podes ser feliz e fazer alguém feliz, podes partilhar segredos, desgostos.
No LAGO podes voltar à tua infância, apanhar uma pedrinha e mandar para dentro dele e ouvir o "chuac".
O LAGO é tudo aquilo que tu desejares, não é necessário estares ao pé dele, basta deixares o teu pensamento livre que ele te leva até lá.
Vai um dia destes até à sua margem, sente as suas águas frias nas pontas dos dedos, sente como estás vivo, pensa como podes ser feliz por alguns segundos, dando esse tempo a ti.
Faz um favor a ti mesmo, reflecte a tua imagem no LAGO e mergulha no melhor que existe em ti.
Bons passeios!

domingo, 17 de julho de 2011

UM BANHO, UMA CANÇÃO, DOIS CORPOS


Todos os dias ouço várias músicas na rádio, muitas lembram-me de ti, mas esta é especial, ouço-a e sinto que seria uma das tuas músicas...
Gosto de pensar que te ia ver bailar feita borboleta cheia de cor, ao som desta canção. Sim, eras como uma borboleta: suave, delicada, linda e mágica. Uma borboleta que vinha poisar sobre o meu corpo com sofreguidão.
Vejo-te deitada na banheira, coberta de espuma, a banhares o teu corpo ao sabor de Rihanna. Vejo-te tirar uma das tuas pernas esguias para fora da espuma e passar a esponja por ela. Eu, parado à porta, embevecido, deliciado, embriagado a olhar-te coberta pelo manto branco e a pensar como estarias por baixo dele.
Preciso pensar que, ao fim de alguns minutos, ias reparar que eu ali estava, imóvel, perdido no meu pensamento e que ias dar uma gargalhada e chamar com a tua mão. Eu ia ter contigo, à medida que me ias sorrindo, dava-te a mão e tu, brincalhona como sempre, puxavas-me e eu caía sobre ti, vestido, ao som do teu estridente riso de satisfação.
E sempre esta música a passar, mágica, enquanto os nossos corpos se tocavam. A minha boca a beijar a tua, as minhas mãos passando pelos teus seios sedentos de serem tocados, pelos teus mamilos que chamavam por mim baixinho; já para não falar nas nossas pernas entrelaçadas e eu a deslizar para dentro de ti, vendo-te balançar sobre mim e sentindo as tuas unhas marcarem-me as costas.
Tantas vezes nos amámos assim e, tantas vezes, me dizias que seria a última, só pelo facto de, no fim, teres de limpar o chão cheio de água. Nunca era....
Esse dia chegou, infelizmente. Hoje tenho a música que tu nunca chegaste a ouvir mas já não tenho aquela borboleta que tanto tentei preservar no meu jardim.
Hoje sou um Homem condenado a vaguear por entre memórias e pensamentos, hoje sou uma sombra do que fui ao teu lado.
Perdoa-me!!!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

PORQUE OS ANJOS SÃO IMORTAIS

Tinhas por hábito ouvir esta musica antes de te deitares, como gostavas dela....e do filme. As vezes que te vi chorar, umas lágrimas lindas misturadas com o teu sorriso envergonhado.
Ainda me lembro do que me dizias nessas noites, quando metias a tua cabeça no meu peito, "Tu és o meu anjo, nos teus braços encontro a minha paz, quando estou assim contigo esqueço tudo em volta e sinto-me a levitar. Amo-te muito....."
Hoje sou eu que choro de saudades desses momentos, de entrar no quarto e de te ver escovar os cabelos ao som desta musica, de te levantares com as tuas camisas de noite lindas, vires ao meu encontro e te abraçares a mim.
Hoje sou eu que choro porque não te tenho na nossa cama, não te tenho no meu peito, não tenho os teus cabelos a tocarem-me o rosto.
Hoje sou eu que ouço a tua musica e te vejo sentada em frente ao espelho e recordo como te amo ainda.
Volta para mim! Como desejo que esse dia pudesse existir.....
Estou condenado às tuas memórias.
Hoje sou eu que grito ao mundo " ÉS O MEU ANJO E ADORO-TE JUNTO DE MIM". Não existe distância e morte que nos separe, porque os ANJOS SÃO IMORTAIS!!!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

CAMA



Companheira, amiga de todas as horas, nela dormimos, sonhamos, descansamos......amamos!
Ouvinte! Com ela falas e gritas, tudo contas sem medos, sejam tristezas ou alegrias.
Na cama se dorme, se descansa de um dia de trabalho. Nela te deixas embalar, aconchegar; um aconchego só nosso.
Numa noite fria é ela que nos acolhe e protege. Quantas vezes foi na tu cama que em pequeno te tapaste com medo dos teus fantasmas?!
Devaneios, sim devaneios... sonhos molhados, a primeira erecção, a primeira cama, dois corpos despidos deixando-se envolver pelo desejo, um gemido de prazer e uma cama que se movimenta ao sabor de uma explosão de desejo.
Numa cama se ama, se acaricia e diz palavras de amor, se faz juras de um amor que nem a morte poderá separar.
Algo indispensável ao longo de uma vida, seja curta ou longa, são olhos que não vêem mas que acompanham o teu crescimento, são ouvidos que não ouvem mas que estão lá.
Numa cama se vive.
Numa cama se morre.

domingo, 10 de julho de 2011

CONDENADO, MEMORIAS DE UM DIA DE CHUVA

Está a chover lá fora, estou acordado há horas, a cabeça dói-me de tão cansada que está.
Está a chover lá fora, vejo as gotas cair, poças de água a crescer, um mundo a afogar-se.
Está a chover lá fora, as lembranças inundam-me, parece que estou a viver tudo novamente... Fecho os olhos e tento libertar-me de ti, mas és mais forte....
Vejo o teu carro a estacionar em frente à nossa casa. Vens linda, como sempre, nem este dia de inverno rigoroso tirou o sol dos teus lábios. Sais sem chapéu, vens a andar, a saltitar por entre poças e lama, vens molhada. Como estavas molhada! Mas entras em casa como se o mais lindo dia de verão estivesse lá fora, olhas para mim e sorris.......
Choro! Porque insistes em me visitar? Sai da minha cabeça, sai desta casa, deixa-me viver no meu vazio.
Choro! Não me atormentes mais, não te mostres nas coisas a que estavas ligada. Estou farto deste fantasma que me persegue, dia após dia.
Deixa-me chorar. Não tive a culpa do que te aconteceu, não tive....não tive.
Estou cansado, só consigo chorar... o choro de um eterno condenado.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

TUDO LEVASTE


Espanto......tristeza......desilusão....
Pergunto-me, por mais que tente obter uma resposta não consigo.
Não esqueço o dia em que cheguei a nossa casa e já não te vi, já não nos vi, juntos.
Foste cruel, podias ter dito que não estavas bem, eu amava-te......eu amo-te!
Roubaste todos os meus sonhos, as lembranças de uma vida a dois, esvaziaste muito mais que uma casa - um Homem que estava cego de amor por ti, um Homem que tudo fazia por te amar.
Não esqueço o dia em que abri a porta de casa e nada vi. Caí por terra, destruíste o meu mundo, mataste a minha vida.
Levaste muito mais que bens materiais: os momentos felizes que passámos juntos, os momentos de amor e paixão, as juras de um amor eterno, os planos de uma família maior....levaste muito mais e tu sabes...
Hoje já não vivo mas, sobrevivo.
Hoje já não espero mas, desespero.
Hoje nada sou. Sou uma casa vazia sem recuperação possível, sou uma sombra do que fui e não voltarei a ser.
Tudo levaste sem dó nem piedade......só a mim deixaste, numa casa onde só as paredes se lembram da tua curta passagem e marcante presença na minha vida.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

FRIO


Tenho FRIO, por mais que me tente aquecer não consigo perder esta sensação de frescura que me incomoda.
Tenho FRIO, nada me aquece, estou cheio de roupa, mas é como se despido estivesse.
Tenho FRIO, o tempo lá fora até está quente, mas não consigo sentir os raios de sol em mim.
Tenho FRIO, começo e ficar gelado, não sinto o meu corpo, já não consigo sentir dor, tenho medo.
Tenho FRIO..... está aí alguém?! alguém que me aqueça por favor, venha rápido, sinto-me sem forças, estou gelado..... estou sem forças....
Tenho FRIO, ninguém me ouve, ninguém diz nada, ninguém fez nada.......
Estou FRIO, já chegaste tarde, chegas sempre tarde, não me tentes aquecer, sou um corpo sem vida, sou um corpo que chorou por ti e que gélido ficou.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

IMAGEM


No vento sinto o teu toque;
No sol sinto o teu calor;
Na água vejo a tua boca;
Nas nuvens as formas do teu corpo;
Nas estrelas vejo o brilho dos teus olhos;
Na noite sonho com o dia em que te vou ver.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

CONDENADO AO TEU SORRISO


Mais um dia, o silencio, a tortura do meu pensamento, a tristeza da lembrança... esta lembrança que me mata e corrói por dentro.
Estou preso, algemado, acorrentado, agrilhoado, CONDENADO à memoria do teu rosto, ai o teu rosto... hoje permito-me a mim mesmo um pouco de liberdade e deixo que o pensamento me inunde e transborde no meu cálice.
CONDENADO ao teu sorriso, não quero mas, é mais forte que eu, é lindo, perco-me dentro dele. O teu sorriso persegue-me. Como é bom ser perseguido por ele: é doce, alegre, carinhoso, é uma imensidão de sentimentos. Desejo... o desejo...o desejo, palavra forte e cruel, palavra sentida pelos reles apaixonados, paixão.............
CONDENADO a mais um dia de saudade e memórias, a esquecer um mundo lá fora mas, a lembrar-me de ti, do teu sorriso que mesmo longe está perto, dentro do meu olhar, um olhar que se perde a olhá-lo, um olhar que gravou a paz dos teus lábios, um olhar que chora por não o ter sempre que deseja, um olhar que não esquece, um olhar que ficou perdido e CONDENADO a ti.
Chega de liberdade, chega de memórias, deixa-me estar sozinho, não voltes, não me condenes.
Deixa-me chorar..... o choro de um eterno CONDENADO.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Azul


Belo, esplêndido, divino.
Alegre ou triste, claro ou escuro, limpo ou encoberto, a sorrir ou a chorar.
CÉU...... acordar, abrir a janela e olhá-lo, admirá-lo, pensar como vai condicionar o dia, a noite, que surpresas nos reserva.
CÉU......inspirador, misterioso, contemplativo.
Andar, olhar, ouvir, sentir... sentir a brisa que passa, o arrepio que se sente, o pássaro que conta o hino misterioso, o pássaro que dança sobre o sabor do vento...
CÉU......olhar com olhos de ver, crescer....crescer a imaginar formas e feitios que por ele passam: um animal, um objecto, um desejo, construir um futuro, desejar um dia melhor.
Também chora, também tem vida, também demonstra estados de alma e de espírito. Chora levemente como que por nostalgia, chora com profundidade como se sentisse a perda e o desespero de ver alguém partir.
CÉU......um mundo secreto, oculto. É algo que está presente na tua vida todos os dias, desde o minuto em que nasces até ao minuto em que adormeces e não voltas a acordar, algo que te condiciona mas que nem sempre vês, nem sempre contemplas, nem sempre te lembras que lá está...... não dás por ele, mas ele acompanha-te constantemente.
CÉU..... um amigo que olha por ti, um amigo que tudo sabe a teu respeito, um amigo fiel que te acompanha em todos os momentos da vida.....

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Escuridão


Olhar em volta....... a dor de nada sentir, o pânico de nada ver, a condenação à eterna solidão da ESCURIDÃO.
Olhar o vazio, imaginar, querer acreditar que a cor existe......... a luz.
Abrir os olhos, acreditar que a cor vai lá estar, cair no precipício da realidade, querer ver e não poder, pois em volta só existe o negro e o silêncio.
O negro, o negro de uma ESCURIDÃO que sufoca dia após dia, o negro de uma ESCURIDÃO que todos vêem mas que todos fingem que não existe, mas ela lá esta à espera.....uma espera constante e persistente, não de ser vista, mas sentida.