terça-feira, 26 de julho de 2011

NOITE


É tarde!
É muito tarde!
Enquanto dormia tive a sensação de te ouvir, mas ao acordar, olho em volta, vejo que foi um sonho, ou um pesadelo.
Está uma noite linda, calma e serena, ideal para passear, era o que faria se não fosse tão tarde. Deambularia pelas ruas vazias e imaginaria o que se estaria a passar entre quatro paredes de tantas casas, com luzes apagadas. Céus! coisas terríveis poderia observar, mas coisas belas também, como o dormir de uma criança... e como eu gostava de velar o sono da nossa....
As noites são lindas, é um outro mundo quando o sol desaparece no horizonte, os grilos cantam, os mochos dão o ar da sua graça, os ratos passeiam livremente e os pirilampos abrilhantam o escuro das horas tardias.
Nas noites, os medos ganham força, o desespero apodera-se do ser humano, os pesadelos tornam-se reais por momentos.
É tarde. Hoje não existem estrelas para contar, só a lua majestosa em seu trono, uma rainha caprichosa que só aparece quando quer e como quer, será envergonhada?!
Vou voltar a meter a minha cabeça na almofada, mais uma vez tudo não passa de uma triste ilusão.
Digo-te como se aqui estivesses: "Boa noite, até amanhã!"

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Permanência


Tens escrito palavras tão bonitas. Sei que sentiste cada uma delas dentro de ti.

Quero dizer que nunca te deixei, nunca me fui embora... quero dizer-te que permaneço contigo.

A permanência é um estado especial, não tem princípio nem fim, apenas existe, é. E eu permaneço em ti, existo em ti, ainda, hoje e isso deixa-me muito feliz.

Já não se trata de amor ou de paixão. Transcendeu esses sentimentos. Existo em ti e sempre irei existir, até expirares o teu último ar e passares à dimensão imaterial. Então, estarei à tua espera e sobretudo aí, seremos um, como antes nunca fomos.

Gosto da maneira como invocas as memórias de nós. Senti de novo o cheiro do gel de banho, senti o teu cheiro quando nos abraçávamos e, quase diria, que senti quando nos uniamos.

É bom fazer amor contigo, na banheira, na cama, à beira do lago, em todos os sítios em que fizémos amor.

Velo por ti, olho por ti todos os dias, sim, tento proteger-te. É isso a minha permanência na tua vida. Uma sombra que segue os passos da tua sombra, nos caminhos da memória, no teu pensamento.

És tão carinhoso, foste sempre tão carinhoso comigo e, ao mesmo tempo, tão viril. Saudades, saudades do teu corpo - por vezes ainda sinto a intensidade do teu abraço.

Amor é uma palavra fácil de dizer mas, difícil de viver, principalmente quando à vontade se opõe a distância.

Luto todos os dias pela tua memória. Assim, asseguro-me que não estou condenada ao esquecimento.

Da mesma forma que um dia te disse que estava à tua espera, digo-te aqui que nunca te vou deixar.

Estou no Lago. Vem ter comigo.




quarta-feira, 20 de julho de 2011

O LAGO


Lugar de sonhos, onde um olhar se perde no infinito da água.
Lugar de beleza simples como só a natureza consegue mostrar.
Lugar onde o nosso pensamento voa, onde se pensa na vida.
Lugar onde os sons são inconfundíveis, onde a natureza canta, onde o nosso olhar se encanta.
LAGO, um encanto no Verão, onde os raios de sol brilham nas límpidas águas, uma beleza invulgar no Outono, quando as folhas secas e amareladas flutuam, como se canoas fossem.
No LAGO podes namorar, namoriscar, podes ser feliz e fazer alguém feliz, podes partilhar segredos, desgostos.
No LAGO podes voltar à tua infância, apanhar uma pedrinha e mandar para dentro dele e ouvir o "chuac".
O LAGO é tudo aquilo que tu desejares, não é necessário estares ao pé dele, basta deixares o teu pensamento livre que ele te leva até lá.
Vai um dia destes até à sua margem, sente as suas águas frias nas pontas dos dedos, sente como estás vivo, pensa como podes ser feliz por alguns segundos, dando esse tempo a ti.
Faz um favor a ti mesmo, reflecte a tua imagem no LAGO e mergulha no melhor que existe em ti.
Bons passeios!

domingo, 17 de julho de 2011

UM BANHO, UMA CANÇÃO, DOIS CORPOS


Todos os dias ouço várias músicas na rádio, muitas lembram-me de ti, mas esta é especial, ouço-a e sinto que seria uma das tuas músicas...
Gosto de pensar que te ia ver bailar feita borboleta cheia de cor, ao som desta canção. Sim, eras como uma borboleta: suave, delicada, linda e mágica. Uma borboleta que vinha poisar sobre o meu corpo com sofreguidão.
Vejo-te deitada na banheira, coberta de espuma, a banhares o teu corpo ao sabor de Rihanna. Vejo-te tirar uma das tuas pernas esguias para fora da espuma e passar a esponja por ela. Eu, parado à porta, embevecido, deliciado, embriagado a olhar-te coberta pelo manto branco e a pensar como estarias por baixo dele.
Preciso pensar que, ao fim de alguns minutos, ias reparar que eu ali estava, imóvel, perdido no meu pensamento e que ias dar uma gargalhada e chamar com a tua mão. Eu ia ter contigo, à medida que me ias sorrindo, dava-te a mão e tu, brincalhona como sempre, puxavas-me e eu caía sobre ti, vestido, ao som do teu estridente riso de satisfação.
E sempre esta música a passar, mágica, enquanto os nossos corpos se tocavam. A minha boca a beijar a tua, as minhas mãos passando pelos teus seios sedentos de serem tocados, pelos teus mamilos que chamavam por mim baixinho; já para não falar nas nossas pernas entrelaçadas e eu a deslizar para dentro de ti, vendo-te balançar sobre mim e sentindo as tuas unhas marcarem-me as costas.
Tantas vezes nos amámos assim e, tantas vezes, me dizias que seria a última, só pelo facto de, no fim, teres de limpar o chão cheio de água. Nunca era....
Esse dia chegou, infelizmente. Hoje tenho a música que tu nunca chegaste a ouvir mas já não tenho aquela borboleta que tanto tentei preservar no meu jardim.
Hoje sou um Homem condenado a vaguear por entre memórias e pensamentos, hoje sou uma sombra do que fui ao teu lado.
Perdoa-me!!!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

PORQUE OS ANJOS SÃO IMORTAIS

Tinhas por hábito ouvir esta musica antes de te deitares, como gostavas dela....e do filme. As vezes que te vi chorar, umas lágrimas lindas misturadas com o teu sorriso envergonhado.
Ainda me lembro do que me dizias nessas noites, quando metias a tua cabeça no meu peito, "Tu és o meu anjo, nos teus braços encontro a minha paz, quando estou assim contigo esqueço tudo em volta e sinto-me a levitar. Amo-te muito....."
Hoje sou eu que choro de saudades desses momentos, de entrar no quarto e de te ver escovar os cabelos ao som desta musica, de te levantares com as tuas camisas de noite lindas, vires ao meu encontro e te abraçares a mim.
Hoje sou eu que choro porque não te tenho na nossa cama, não te tenho no meu peito, não tenho os teus cabelos a tocarem-me o rosto.
Hoje sou eu que ouço a tua musica e te vejo sentada em frente ao espelho e recordo como te amo ainda.
Volta para mim! Como desejo que esse dia pudesse existir.....
Estou condenado às tuas memórias.
Hoje sou eu que grito ao mundo " ÉS O MEU ANJO E ADORO-TE JUNTO DE MIM". Não existe distância e morte que nos separe, porque os ANJOS SÃO IMORTAIS!!!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

CAMA



Companheira, amiga de todas as horas, nela dormimos, sonhamos, descansamos......amamos!
Ouvinte! Com ela falas e gritas, tudo contas sem medos, sejam tristezas ou alegrias.
Na cama se dorme, se descansa de um dia de trabalho. Nela te deixas embalar, aconchegar; um aconchego só nosso.
Numa noite fria é ela que nos acolhe e protege. Quantas vezes foi na tu cama que em pequeno te tapaste com medo dos teus fantasmas?!
Devaneios, sim devaneios... sonhos molhados, a primeira erecção, a primeira cama, dois corpos despidos deixando-se envolver pelo desejo, um gemido de prazer e uma cama que se movimenta ao sabor de uma explosão de desejo.
Numa cama se ama, se acaricia e diz palavras de amor, se faz juras de um amor que nem a morte poderá separar.
Algo indispensável ao longo de uma vida, seja curta ou longa, são olhos que não vêem mas que acompanham o teu crescimento, são ouvidos que não ouvem mas que estão lá.
Numa cama se vive.
Numa cama se morre.

domingo, 10 de julho de 2011

CONDENADO, MEMORIAS DE UM DIA DE CHUVA

Está a chover lá fora, estou acordado há horas, a cabeça dói-me de tão cansada que está.
Está a chover lá fora, vejo as gotas cair, poças de água a crescer, um mundo a afogar-se.
Está a chover lá fora, as lembranças inundam-me, parece que estou a viver tudo novamente... Fecho os olhos e tento libertar-me de ti, mas és mais forte....
Vejo o teu carro a estacionar em frente à nossa casa. Vens linda, como sempre, nem este dia de inverno rigoroso tirou o sol dos teus lábios. Sais sem chapéu, vens a andar, a saltitar por entre poças e lama, vens molhada. Como estavas molhada! Mas entras em casa como se o mais lindo dia de verão estivesse lá fora, olhas para mim e sorris.......
Choro! Porque insistes em me visitar? Sai da minha cabeça, sai desta casa, deixa-me viver no meu vazio.
Choro! Não me atormentes mais, não te mostres nas coisas a que estavas ligada. Estou farto deste fantasma que me persegue, dia após dia.
Deixa-me chorar. Não tive a culpa do que te aconteceu, não tive....não tive.
Estou cansado, só consigo chorar... o choro de um eterno condenado.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

TUDO LEVASTE


Espanto......tristeza......desilusão....
Pergunto-me, por mais que tente obter uma resposta não consigo.
Não esqueço o dia em que cheguei a nossa casa e já não te vi, já não nos vi, juntos.
Foste cruel, podias ter dito que não estavas bem, eu amava-te......eu amo-te!
Roubaste todos os meus sonhos, as lembranças de uma vida a dois, esvaziaste muito mais que uma casa - um Homem que estava cego de amor por ti, um Homem que tudo fazia por te amar.
Não esqueço o dia em que abri a porta de casa e nada vi. Caí por terra, destruíste o meu mundo, mataste a minha vida.
Levaste muito mais que bens materiais: os momentos felizes que passámos juntos, os momentos de amor e paixão, as juras de um amor eterno, os planos de uma família maior....levaste muito mais e tu sabes...
Hoje já não vivo mas, sobrevivo.
Hoje já não espero mas, desespero.
Hoje nada sou. Sou uma casa vazia sem recuperação possível, sou uma sombra do que fui e não voltarei a ser.
Tudo levaste sem dó nem piedade......só a mim deixaste, numa casa onde só as paredes se lembram da tua curta passagem e marcante presença na minha vida.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

FRIO


Tenho FRIO, por mais que me tente aquecer não consigo perder esta sensação de frescura que me incomoda.
Tenho FRIO, nada me aquece, estou cheio de roupa, mas é como se despido estivesse.
Tenho FRIO, o tempo lá fora até está quente, mas não consigo sentir os raios de sol em mim.
Tenho FRIO, começo e ficar gelado, não sinto o meu corpo, já não consigo sentir dor, tenho medo.
Tenho FRIO..... está aí alguém?! alguém que me aqueça por favor, venha rápido, sinto-me sem forças, estou gelado..... estou sem forças....
Tenho FRIO, ninguém me ouve, ninguém diz nada, ninguém fez nada.......
Estou FRIO, já chegaste tarde, chegas sempre tarde, não me tentes aquecer, sou um corpo sem vida, sou um corpo que chorou por ti e que gélido ficou.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

IMAGEM


No vento sinto o teu toque;
No sol sinto o teu calor;
Na água vejo a tua boca;
Nas nuvens as formas do teu corpo;
Nas estrelas vejo o brilho dos teus olhos;
Na noite sonho com o dia em que te vou ver.