domingo, 10 de julho de 2011

CONDENADO, MEMORIAS DE UM DIA DE CHUVA

Está a chover lá fora, estou acordado há horas, a cabeça dói-me de tão cansada que está.
Está a chover lá fora, vejo as gotas cair, poças de água a crescer, um mundo a afogar-se.
Está a chover lá fora, as lembranças inundam-me, parece que estou a viver tudo novamente... Fecho os olhos e tento libertar-me de ti, mas és mais forte....
Vejo o teu carro a estacionar em frente à nossa casa. Vens linda, como sempre, nem este dia de inverno rigoroso tirou o sol dos teus lábios. Sais sem chapéu, vens a andar, a saltitar por entre poças e lama, vens molhada. Como estavas molhada! Mas entras em casa como se o mais lindo dia de verão estivesse lá fora, olhas para mim e sorris.......
Choro! Porque insistes em me visitar? Sai da minha cabeça, sai desta casa, deixa-me viver no meu vazio.
Choro! Não me atormentes mais, não te mostres nas coisas a que estavas ligada. Estou farto deste fantasma que me persegue, dia após dia.
Deixa-me chorar. Não tive a culpa do que te aconteceu, não tive....não tive.
Estou cansado, só consigo chorar... o choro de um eterno condenado.

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