domingo, 17 de julho de 2011

UM BANHO, UMA CANÇÃO, DOIS CORPOS


Todos os dias ouço várias músicas na rádio, muitas lembram-me de ti, mas esta é especial, ouço-a e sinto que seria uma das tuas músicas...
Gosto de pensar que te ia ver bailar feita borboleta cheia de cor, ao som desta canção. Sim, eras como uma borboleta: suave, delicada, linda e mágica. Uma borboleta que vinha poisar sobre o meu corpo com sofreguidão.
Vejo-te deitada na banheira, coberta de espuma, a banhares o teu corpo ao sabor de Rihanna. Vejo-te tirar uma das tuas pernas esguias para fora da espuma e passar a esponja por ela. Eu, parado à porta, embevecido, deliciado, embriagado a olhar-te coberta pelo manto branco e a pensar como estarias por baixo dele.
Preciso pensar que, ao fim de alguns minutos, ias reparar que eu ali estava, imóvel, perdido no meu pensamento e que ias dar uma gargalhada e chamar com a tua mão. Eu ia ter contigo, à medida que me ias sorrindo, dava-te a mão e tu, brincalhona como sempre, puxavas-me e eu caía sobre ti, vestido, ao som do teu estridente riso de satisfação.
E sempre esta música a passar, mágica, enquanto os nossos corpos se tocavam. A minha boca a beijar a tua, as minhas mãos passando pelos teus seios sedentos de serem tocados, pelos teus mamilos que chamavam por mim baixinho; já para não falar nas nossas pernas entrelaçadas e eu a deslizar para dentro de ti, vendo-te balançar sobre mim e sentindo as tuas unhas marcarem-me as costas.
Tantas vezes nos amámos assim e, tantas vezes, me dizias que seria a última, só pelo facto de, no fim, teres de limpar o chão cheio de água. Nunca era....
Esse dia chegou, infelizmente. Hoje tenho a música que tu nunca chegaste a ouvir mas já não tenho aquela borboleta que tanto tentei preservar no meu jardim.
Hoje sou um Homem condenado a vaguear por entre memórias e pensamentos, hoje sou uma sombra do que fui ao teu lado.
Perdoa-me!!!

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