domingo, 28 de agosto de 2011

NAS MARGENS DO RIO LIMA


Um rio de saudade, de ternura, de amor e beleza, é isso que os meus olhos vêem nesta foto.
Ao olhá-la recordo como se fosse hoje, cada cena nossa nas margens deste lugar mágico. Uma magia só possível porque estavas lá, ao meu lado, a ver o mesmo que eu via, a sentir o mesmo que eu sentia e só assim poderia ser porque eramos um só corpo, um só coração e uma só alma.
Deixo-me levar pela saudade e por magia teletransporto-me para o dia em que, por breves mas longos momentos, fomos felizes.
Aqui estamos a atravessar esta ponte, pela primeira vez juntos, lado a lado, a caminhar no meio de uma imensa multidão, mas para mim eramos só eu e tu a admirar a beleza destas águas, testemunhas silenciosas do nosso amor.
O mundo tinha acabado nesse dia para mim, todo ele deixou de existir. Era apenas a tua imagem que os meus olhos viam espelhada nestas águas, uma imagem bela, tão bela que a própria corrente tentava levar consigo, uma luta constante mas desde logo perdida.
Quatro pegadas nesta margem mas duas só apenas, duas mãos soltas mas umas só juntas. Assim foi, na noite de verão em que passeámos juntos depois do jantar, um passeio por entre as copas altas e robustas das árvores, que protegiam o nosso passo lento, sem pressa de chegar onde quer que fosse.
Sentados num dos bancos do "passeio dos apaixonados" olhámos a luz da noite a banhar-se na água, sentados de costas para o que se passava atrás de nós, unimos as nossas mãos e no silêncio de cada um fizemos juras de amor, na esperança de sermos abençoados pela água que timidamente corria naquele rio.
Agora aqui estou sozinho, sentado no banco desta linda paisagem, mas sem a tua presença, sem o teu toque e sem o teu cheiro.
Condenado é o que sou, a viver sem ti fisicamente, mas a viver para ti e por ti.
Deixa-me que te conte um segredo, o rio Lima apaixonou-se por ti e desesperado por não conseguir arrastar a tua imagem suplicou-me que te deixasse partir com ele, ao que respondi que era impossível, porque eras minha e que era inútil lutar por ti. Não me esqueço o que ele me disse: - "Guarda bem essa mulher, é um tesouro dado por Deus a ti. Fecha-a a sete chaves porque um dia vem a vento e leva-a e tu aí nada podes fazer contra Ele." Eu sorri vitorioso por te ter ao meu lado.
Hoje nas margens deste rio sento-me a choro e é ele que se ri de mim.


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